Acervo Pessoal |
Uma
das grandes revoluções da comunicação mundial foi o surgimento do rádio no início
do século 20 com a histórica transmissão em 1901 entre a Europa e os Estados
Unidos. Nos anos 30 do século passado o rádio já era um importante veículo de
propaganda política usado pelo Presidente dos Estados Unidos Franklin
Roosevelt, por Hitler na Alemanha e por tantos outros. Nos anos 40 e 50 do
mesmo século o rádio consolidava-se como importante veículo de comunicação em
várias partes do mundo.
Caubi Peixoto (acervo pessoal) |
A
primeira experiência de transmissão radiofônica no Brasil ocorreu em 1922, nas
comemorações do centenário da independência com o pronunciamento do então
Presidente Epitácio Pessoa. Mas, o Brasil entra, verdadeiramente, na Era do Rádio
no período do Estado Novo que vai de 1937 a 1945 quando Getúlio Vargas cria o
Departamento de Imprensa e Propaganda-DIP. Até meados da década de 1960 o rádio
viveu o período denominado da Era de Ouro e a partir daí, começa a perder
audiência para a televisão quando é anunciada a morte do rádio para esse novo
veículo de comunicação que tinha som e imagem e o rádio seria passado para
trás, diziam que não haveria mais espaço para o rádio.
Emilinha Borba (acervo pessoal) |
O
rádio recebeu anúncio de morte em diferentes épocas da sua história, sempre
sobreviveu e agora está mais vivo do que nunca. Com o surgimento da televisão a
Era de Ouro do Rádio passou a ser a era da TV e mais uma vez a morte foi
anunciada como quadro irreversível. Era a sua morte cerebral, a sua morte tecnológica,
os conteúdos e os profissionais seriam transferidos para o novo veículo de
comunicação que empolgava o Brasil. Os anos se passaram e mais uma vez o rádio
saiu da UTI.
Jornal Gente com Joelmir Beting, Rafael Colombo e Salomão Ésper |
Ao
contrário da visão pessimista de alguns, o que estamos assistindo na atualidade
é o surgimento de uma nova Era do Rádio onde as convergências de tecnologias
e abrangências de conteúdos transformam o rádio em um veículo também com
imagem. Ou seja: “radiotevê”. Melhor dizendo, se nos anos 50 e 60 do século 20
tivemos o aparecimento da “tevêradio”, na atualidade está emergindo o “radiotevê”,
possibilitado por diferentes suportes tecnológicos e entrando com toda força na
era da imagem e do som digital.
O
rádio não só se escuta, agora também se pode ver,
inclusive o nosso programa preferido, em qualquer parte do mundo. É o rádio híbrido com
som e imagem navegando na internet e tantos outros suportes midiáticos. O rádio
criou novas linguagens para atender os diferentes segmentos da sociedade
independente de idade, gênero, classe econômica e cultural.
Não se justifica mais que o apresentador do programa
de rádio diga: pena que não seja TV para
o ouvinte ver isso ou aquilo. No “radiotevê” a audiência não é mais só de ouvintes,
é ao mesmo tempo de ouvintes e telespectadores. Isto é, os constituintes da
audiência dos programas radiofônicos não são mais só ouvintes, agora são
“teleouvintes”, e realmente é um novo prazer, uma redescoberta ouvir e ver esse
rádio que se espalha mundo afora. O “radiotevê” prolifera nas diferentes redes
para atender a sociedade midiatizada que cada vez mais está disponível para a maioria dos brasileiros.
Apresentadores Josival Pereira e Cláudia Carvalho (João Pessoa/PB) |
Nem Roquete Pinto imaginaria tanto. Parabéns ao jovem rádio brasileiro.