segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Seu Trigueiro, um canguaretamense, guarabirense e patoense (Parte I)

Hoje 29 de agosto, há 112 anos, nascia o meu pai no engenho Angelim, no então distrito de Vila Flor do município de Canguaretama no Estado do Rio Grande do Norte. Portanto, Carlos Dantas Trigueiro, o Seu Trigueiro, era potiguar, mas sempre dizia que era um guarabirense por adoção e um patoesense de coração. Aqui quero deixar registrados fatos que até pouco tempo eram ou ainda continuam desconhecidos, por grande parte dos seus filhos, netos, bisnetos, da maioria dos familiares e amigos. 
Casa de Câmara - 1743
No ano passado a família Trigueiro realizou um encontro em Natal Somos Trigueiro com a participação de várias gerações dos Trigueiro, onde tivemos a oportunidade de conhecer primos, primas de primeiro e segundo graus que nasceram em Natal, Canguaretama, Vila Flor, Goianinha e outras localidades do litoral sul do Rio Grande do Norte, e nem imaginávamos ter tantos parentes assim no estado vizinho.  Ouvimos histórias de fatos comprovados e outras através dos relatos orais dos mais velhos.
Carlos Dantas Trigueiro, era neto do Coronel da Guarda Nacional, Manoel José Henriques Trigueiro e de Inácia de Jesus Trigueiro, nosso bisavô e nossa bisavó, ambos donos do importante engenho Angelim.
 Meu bisavô foi um próspero produtor de cana-de-açúcar que comercializava o açúcar e a rapadura no litoral do Rio Grande do Norte e que se estendia até a Paraíba. Vila Flor, atualmente uma cidade importante para o turismo do Rio Grande do Norte, foi um dos primeiros núcleos de colonização portuguesa no litoral sul do estado, já próximo da divisa com a Paraíba, que teve como primeiro nome Aldeamento de Gramació e no século XVIII já era um importante núcleo de desenvolvimento econômico e cultural da região.   Em 1892 foi criado o distrito de Vila Flor e anexado ao município de Canguaretama e como Seu Trigueiro nasceu no engenho Angelim em 1904, doze anos depois da anexação de Vila Flor ao município de Canguaretama, não resta dúvida que Seu Trigueiro era um canguaretamense de nascimento, que foi para Guarabira ainda criança e viveu uma grande parte da vida naquela cidade.
Portando, era um guarabirense por adoção que, casado com   Maria Luiza sua primeira esposa e já com a filha mais velha, foi morar em Patos. Anos depois, viúvo e com sete filhos casou-se com a minha mãe Leonor que teve mais cincos filhos. Foi em Patos que Seu Trigueiro constituiu a sua família, a sua vida profissional e sua vida social.  Carlos Dantas Trigueiro era na verdade um patoense de coração. Seu Trigueiro, era filho de Manoel Henriques Trigueiro (conhecido por Sindô) e de Galdina Dantas Trigueiro (conhecida como Dona Mimosa), o nosso avô Sindô era um homem culto que pensava além do seu tempo, tocava piano, maestro, arranjador e foi o proprietário do primeiro cinema de Guarabira, cidade que o acolheu ainda jovem, segundo relatos orais dos que o conheceram e com ele conviveram.  O nosso avô e nossa avó gostavam de
Igreja Nª Srª do Desterro - 1745
promover festas, recitais e sarais que se tornaram famosos em Guarabira na primeira metade do século passado.
A família Trigueiro é festeira por hereditariedade dos nossos bisavós, dos nossos avós e do nosso pai Seu Trigueiro.  Gostar de realizar festas e de reunir a família se estende, também, aos Trigueiro do Rio Grande do Norte, de Pernambuco e é sem dúvida uma tradição sociocultural dos nossos antepassados preservada até hoje pelas novas gerações. E assim Somos Trigueiro, aqui na Paraíba, no Rio Grande do Norte, Pernambuco ou em qualquer outro lugar. (Quero agradecer ao primo Jocildo Trigueiro e a prima Tânia Trigueiro pelas informações sobre a família.) 

-Fotos: Osvaldo Trigueiro / jun/2016
 

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Hoje é o dia Nacional do Folclore

Recebendo Medalha Folclorista Emérito Brasileiro
Hoje, dia 22 de agosto, é comemorado no Brasil o dia Nacional do Folclore, mas vão dizer que folclore é festejado durante todo ano, todos os meses e que faz parte da nossa vida cotidiana. Então para que comemorar esse dia com especial atenção como dia do folclore? Porque nesse dia deveríamos lembrar com todas as homenagens os pioneiros dos estudos e das pesquisas do nosso folclore, também os mestres e brincantes dos folguedos e das danças, os artesãos, cantadores, emboladores, os poetas e tantos outros que continuam lutando contra quase tudo para manter o nosso folclore vivo e atualizado.
Sem dúvida é uma data carregada de significados, é no dia 22 de agosto que as escolas mobilizam professores e alunos em busca de informações para saber melhor o que é o folclore. Portanto, hoje 22 de agosto gostaria de prestar a minha homenagem a grandes amigos estudiosos do folclore que contribuíram para minha formação no campo de um novo entendimento do folclore e da folkcomunicação.  
Lembro aqueles com quem convivi por mais de 30 anos realizando e participando de estudos, pesquisas, seminários, simpósios e grupos de trabalho, tanto aqui na Universidade Federal da Paraíba, como na Comissão Paraibana de Folclore, na Comissão Nacional de Folclore e na Rede Folkcom.  Amigos e mestres como Bráulio Nascimento, Roberto Benjamin, Luiz Antônio Barreto, Altimar Pimentel, Tenente Lucena, Dalvanira Gadelha, Paulo de Carvalho Neto, Théo Brandão, José Marques de Melo, Luiz Beltrão, Jackson Lima, Cassia Frade, Neuma Fechine, Beatriz Dantas e Aglaé D’ávila. 
Com todos esses convivi e ainda convivo, seja presencialmente ou através dos seus estudos e suas lembranças nos grandes momentos de aprendizados sobre o nosso folclore, mas não poderia deixar de prestar a minha homenagem aos pioneiros dos estudos do folclore no Brasil como Mário de Andrade, Câmara Cascudo, Silvio Romeiro, Edison Carneiro e tantos outros que com suas publicações são referências para os meus estudos. 
Minhas homenagens a todos que direta ou indiretamente me motivaram a continuar os estudos do nosso folclore e da folkcomunicação.