Campina Grande tem o Maior São João do Mundo, Caruaru o Melhor São João do Mundo; Patos, das espinharas (que este ano fez uma justa homenagem ao grande forrozeiro Pinto do Acordeon), tem o Melhor São João do Sertão; e Aracaju/Sergipe, o Forró Caju só para citar aqui algumas cidades do Nordeste brasileiro que realizam grandes festas no mês de junho, as quais já vivi, onde com ou sem crise econômica e seca o povo sai às ruas para festejar o São João.
Mas, sem dúvida, Portugal tem um São João Fantástico. O país vive anualmente a tradicional festa de norte a sul. É impressionante como os santos populares, Santo Antônio, São João e São Pedro, são festejados com tanta devoção e alegria.
Em Lisboa, a grande festa da cidade é para Santo Antônio com o desfile das Marchas Populares, na Avenida da Liberdade e os bailes tradicionais – Arraiais – na Alfama, na Mouraria, no Castelo de São Jorge e em tantos outros lugares da cidade.
No Porto, a festa se espalha pelas ruas com as batalhas dos martelinhos e do alho porro tendo como grande momento da festa o espetáculo pirotécnico – o grande fogo – no rio Douro entre a ponte Dom Luís I e o Cais de Gaia. Em Lisboa e no Porto as festas para Santo Antônio e São João, são megaeventos midiáticos para onde convergem milhares de turistas para participar das grandes festas do início de verão.
Mas, quem tem interesse em conhecer as festas dos santos populares que ainda preservam as tradições religiosas e profanas, organizadas pela comunidade e para a comunidade deve, na oportunidade, ir a Braga e ao Valongo/Sobrado no dia de São João. As duas cidades ficam próximo ao Porto.
E não fica só por aí, a festa toma todos os lugares, nas grandes cidades, nas vilas e nas aldeias onde as ruas são enfeitadas com balões e bandeirolas para alegrar o São João. Na Lomba D’Égua, freguesia de Fátima, e em Vilar dos Prazeres, freguesia do Castelo de Ourém, a festa é de toda a gente do lugar, dos que moram longe e dos que lá estão, é uma festa típica das aldeias e vilas portuguesas, de reencontro e de convívio das famílias.
No Brasil, na época de São João a comida típica é à base do milho verde, o maior símbolo gastronômico da nossa tradicional festa. Em Portugal é a sardinha a maior referência gastronômica das festas juninas. Não é apenas uma comida é, na verdade, um bem cultural imaterial, conservado com muito carinho pelos portugueses.
Nos dias de festa o cheiro da sardinha assada se espalha no ar e em cada esquina sempre tem alguém assando sardinha e, nos restaurantes, nas tascas e nos botecos o prato do dia é sardinha com pão, batata, vinho e muito azeite. Não vi festa de São João sem esses ingredientes da comida típica portuguesa, sem fogos de artifício e balões que iluminam os céus de Portugal onde ainda não é proibido soltar balões porque há, um acordo de corresponsabilidade entre baloeiros e as autoridades, ambos sempre em permanente vigilância.
Milhares de pessoas de diferentes nacionalidades encheram as ruas, os restaurantes, as tascas, os botecos, madrugada a dentro e tudo em total segurança. Andamos por todos esses lugares de dia e de noite e não vimos qualquer policiamento ostensivo e nenhuma ocorrência que nos chamasse atenção, por menor que fosse, nem nas grandes nem pequenas cidades.
As fotografias que registraram esses diferentes momentos juninos aqui em território lusitano, foram feitas por mim e Rosinha no período de 12 a 29 de junho de 2015, como testemunho ocular do Fantástico São João de Portugal.
Viva São João! Sempre!