terça-feira, 17 de setembro de 2019

A vindima no Perrote em Portugal


Acervo pessoal
Já começou a temporada das vindimas em Portugal e como não poderia deixar de ser a família Henriques e Faria mantém a tradição de colher uvas há várias décadas na bela quinta de Eugênio e Judite. O Perrote fica em Vilar dos Prazeres próximo da Vila Medieval do Castelo de Ourém a cerca de 14 quilômetros do Santuário de Fátima. Pois é, todos os anos quase sempre depois do dia 15 de setembro os familiares e os amigos de Eugénio Henriques e Judite Faria, cunhado e irmã de Rosinha, reúnem-se no dia da colheita das uvas, matéria prima para a produção do vinho e da aguardente.
A vindima tem início logo cedo da manhã e se prolonga até o final da tarde, é um dia de muito trabalho mas, na realidade, é uma mistura de trabalho arrojado, pesado e de satisfação porque todos sabem que no próximo ano terão bom vinho e aguardente para o consumo por um longo período.
Vinho, aguardente, pão, azeite e queijos são obrigatórios no cardápio diário da maioria dos portugueses e os Henriques e Faria como tradicionais famílias vilarenses não poderiam ficar de fora do costume local, têm que fazer o seu vinho, a sua aguardente e o seu azeite em quantidade e qualidade.
Eu e Rosinha temos a felicidade de participar diversas vezes das vindimas no Perrote, de pegar no pesado e sou testemunha que o dia da colheita é também um dia de convívio dos familiares e amigos, que se juntam para trabalhar, cantar e contar suas histórias de vida apanhando as uvas e em volta da mesa na hora do almoço e do jantar oferecidos por Eugênio e Judite, uma maravilhosa jardineira e bacalhoada regada com vinho. Como gostaria de estar agora lá no Perrote participando de mais uma vindima, mas desta vez não foi possível até porque acabei de chegar de Portugal depois de passar os festejos juninos com eles. Fica para a próxima com toda certeza e se Deus permitir.
Segue um pequeno ensaio fotográfico do meu acervo.
colheita e a prova   das uvas:
Acervo pessoal

Acervo pessoal

Acervo pessoal

Acervo pessoal

Acervo pessoal

Acervo pessoal

Acervo pessoal

Acervo pessoal

Acervo pessoal

 Acervo pessoal

Acervo pessoal

Almoço de Confraternização:
Acervo pessoal

Acervo pessoal

Prensa das uvas:
Acervo pessoal


Acervo pessoal

Acervo pessoal

Mexendo o mosto:
Acervo pessoal

Acervo pessoal

Acervo pessoal

Acervo pessoal


terça-feira, 3 de setembro de 2019

42º Congresso Brasileiro de Ciência da Comunicação - 2019 (São 39 anos associado a INTERCOM)

O que é a Intercom?

“A Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – é uma instituição sem fins lucrativos, destinada ao fomento e à troca de conhecimento entre pesquisadores e profissionais atuantes no mercado. A entidade estimula o desenvolvimento de produção científica não apenas entre mestres e doutores, mas também entre alunos e recém-graduados em Comunicação.
Fundada no dia 12 de dezembro de 1977 em São Paulo, a Intercom preocupa-se com o compartilhamento de pesquisas e informações de forma interdisciplinar. Além de encontros periódicos e simpósios, a instituição promove um congresso nacional – evento de maior prestígio na área de pesquisa em Comunicação, que recebe uma média de 3,5 mil pessoas anualmente, entre pesquisadores e estudantes do Brasil e do exterior. O evento, sediado em cidade escolhida pelos sócios no ano anterior, é precedido de cinco congressos regionais” (Fonte: Portal Intercom).
Sou membro da INTERCOM há 39 anos, a minha filiação se deu no dia 11 de agosto de 1980, portanto, no próximo ano completo 40 anos de atividades nesta importante associação, que congrega pesquisadores e estudiosos brasileiros e estrangeiros de ciências da comunicação desde a data de sua fundação.
Participei dos primeiros congressos e continuo participando como sócio e apresentado trabalhos nos grupos de pesquisas: Comunicação Rural; Ficção Televisa Seriada; Comunicação Comunitária; e, atualmente, no grupo da Folkcomunicação.  
Agora, depois dos 70 anos de idade, grande parte deles dedicados aos estudos e às pesquisas no campo da comunicação social, da folkcomunicação, da cultura popular e folclore, mais uma vez estarei em Belém/PA no 42º Congresso da Intercom 2019, que será realizado de 2 a 7 de setembro na Universidade Federal do Pará.
Este ano o congresso tem como tema central Fluxos comunicacionais e crise da democracia, cuja conferência será proferida pelo Prof. Dr. Ramón Salaverria da Universidade de Navarra. Para saber mais sobre o congresso clique aqui.
No Grupo de Pesquisa da Folkcomunicação vou apresentar o trabalho sobre: Os Agentes Intermediários Ativistas Culturais da Folkcomunicação e o São João de Valongo em Portugal.

Estou iniciando aqui a narrativa das minhas memórias – sem seguir uma ordem cronológica – das atividades que participei na Intercom nestes mais de 39 anos. Não poderia deixar de lembrar a importância dos professores e amigos Roberto Benjamim e José Marques de Melo que estiveram presentes em todos esses percursos da minha vida acadêmica sempre orientando as minhas andanças nos estudos, nas pesquisas e nos eventos acadêmicos de ciências da comunicação desde os anos de 1970, quando ainda estava na graduação do curso de jornalismo e depois na pós-graduação. Roberto e José Marques continuam presentes com suas referências bibliográficas e as lembranças de convivências de longos anos de afetividades, de amizade e sobretudo de aconselhamentos. 
Através deles tive uma rápida passagem nos congressos da ABEPEC (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em comunicação), na ALAIC (Asociación Latinoamericana de Investigadores da la Comunicación) e ainda com o apoio de ambos e de Fausto Neto na COMPÓS (Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação).
Estou presente na Intercom desde 1980 e na Rede Folkcom (Rede de Estudos e Pesquisa em Folkcomunicação) desde 1998 ano de sua fundação; e na Comissão Nacional de Folclore desde 1977. Em todas essas atividades sempre com apoio e incentivo de Roberto Benjamin e José Marques. São muitas histórias para contar nesses quase 40 anos e aos poucos contarei.
No XXIX Intercom – 2006 realizado de 4 a 9 de setembro na UNB – Universidade de Brasília – foram homenageados com o certificado Jubileu de Prata os sócios que tinham pelos menos 25 anos de participação e contribuições para o fortalecimento da história da Intercom. E com muita honra também fui homenageado com essa honraria, numa sessão solene durante o congresso realizado em Brasília.   
Portanto, estou na expectativa e aguardando com muito desejo poder celebrar com os demais colegas os 40 anos de atividades na Intercom em 2020.
Até breve.

Com Roberto Benjamim - 2006



Na Entrega do certificado Jubileu de Prata da Intercom com Marques de Melo -2006
Com Roberto Benjamim e Anamaria Fadul - 2006




quinta-feira, 22 de agosto de 2019

A fuga de brasileiros para Portugal

Fui a primeira vez a Portugal no ano de 1986, o país acabava de entrar na CEE – Comunidade Econômica Europeia e iniciava um grande processo de modernização socioeconômica, de desenvolvendo educacional e cultural, de estabilidade política que  consolidaria o regime democrático. Conheci Portugal na época dessas grandes mudanças, do Escudo ao Euro, das acanhadas estradas para as autoestradas que cortam o país de norte a sul e com áreas de serviços maravilhosas.    
Arquivo Pessoal, Lisboa-Torre de Belém
Lisboa-Torre de Belém
 O que me fez ir a Portugal foi conhecer a família, o lugar onde nasceu a minha esposa Rosinha que é portuguesa do Vilar dos Prazeres, uma vila, pertencente a cidade de Ourém e que fica cerca de 14 quilômetros de Fátima um importante destino turístico religioso do mundo. Na primeira viagem, em 1986, também foram os dois filhos que na época eram crianças, hoje, é claro, já são adultos casados e somos avós de um neto e de uma neta. O mais velho passou uma temporada estudando lá ainda quando era adolescente e depois retornou ao Brasil e aqui toca a sua vida casado e com dois filhos. E o mais novo também adolescente passou uma temporada por lá, retornou e agora casado também toca sua vida, mas em Portugal. Pois é, um filho aqui e outro lá em terras lusitanas.
Arquivo pessoal, Lisboa-Ascensor do Lavra
Lisboa-Ascensor do Lavra
Isso é para dizer que fomos várias vezes a Portugal e já perdi até a conta.  Vamos com muito mais frequência para descansar, visitar o filho e a nora, os demais familiares, os muitos amigos e também fugir desse clima de tensão que vivemos nos últimos anos aqui no Brasil. São as crises políticas, econômicas e o que mais nos assusta é a falta de segurança. É esse medo constante que, mesmo aposentados, quando vamos a Portugal é como se estivemos de férias porque viajamos de carro de ônibus e de trem para várias cidades, vilas, aldeias, passeamos nas ruas, praças, travessas, frequentamos lugares de dia ou de noite e a preocupação de ser furtado ou assaltado é praticamente zero, até mesmo nas grandes cidades como Lisboa e Porto.
Posso aqui dar o meu testemunho porque acompanhei as grandes mudanças que aconteceram nos anos 80 e 90 do século passado e agora continuo acompanhando essas importantes transformações em Portugal que passou de um país atrasado na Europa para ser atualmente um importante destino turístico, de oferta de empregos e de boas universidades para os brasileiros. O aeroporto de Lisboa ou do Porto já não são apenas para as conexões dos brasileiros com destinos a outros países europeus e muito menos cidades dormitórios enquanto aguardavam o voo do dia seguinte. É impressionante o crescimento do fluxo de turistas de todas as partes do mundo em Portugal.
Arquivo pessoal, Lisboa Festa popular
Lisboa-Festa popular
E como não poderia deixar de ser nesse momento Lisboa e Porto estão sendo tomadas por brasileiros não só como turistas, como também para trabalhar, estudar, investir num mercado mais estável, ou mesmo para morar depois da aposentadoria em busca de uma melhor qualidade de vida. Atualmente cerca de 105 mil brasileiros residem em Portugal.
O professor e ensaísta português Arnaldo Saraiva, em artigo publicado no Jornal Público de 15 de julho, sobre a presença dos brasileiros em Portugal, chama atenção para os números oficiais que, segundo as estatísticas, equivalem a um quinto da totalidade dos estrangeiros no país.
“Mas pelo que vemos e ouvimos em espaços públicos e privados, na televisão e na rádio, temos a sensação de que serão muito mais; aliás, nesses números não entram os chamados luso-brasileiros e os turistas que renovam habilmente a sua permanência”.  
Continuando no seu artigo, o ensaísta Arnaldo Saraiva, chama ainda atenção para os excluídos dessas estatísticas, as legiões de artistas que atuam nas telenovelas, nos teatros, os cantores populares e inclusive os das músicas sertanejas que fazem sucesso em Portugal. E, sem dúvida, as telenovelas da Rede Globo são as responsáveis para que essas legiões de espetáculos com artistas brasileiros continuem fazendo sucesso, desde a exibição da telenovela Gabriela em 1977 aos dias atuais.    
Arquivo pessoal - Padrão dos Descobrimentos
Lisboa-Padrão dos Descobrimentos
Encontramos brasileiros nos restaurantes, nos cafés e bares, nas lojas, no taxi e uber, nos hotéis, clínicas médicas, nos pontos turísticos, como entregadores de pizza, como empregadas domésticas, nos times de futebol da primeira à última divisão, na televisão e na rádio, nas universidades, como grandes empresários e em tantas outras atividades. Onde chegamos ouvimos quase sempre alguém falando português com o sotaque brasileiro. Eita! ele é brasileiro também.
São brasileiros de diferentes classes socioeconômicas que estão espalhados por todo o país, evidentemente os ricos escolhem para morar em Lisboa ou na área metropolitana da capital como Cascais, Estoril ou em outras regiões como  Douro e Algarve.  Estão investindo em imóveis de alto padrão, só compram carros de luxo, circulam nas ruas exibindo ostensivamente relógios e outras joias de grife sem medo de roubos e assaltos.
A Revista do Expresso, uma publicação do jornal semanário Expresso, na edição de 3 de agosto publicou uma extensa reportagem assinada pela jornalista Catarina Nunes sobre a vida dos milionários brasileiros em Lisboa.
“A imagem de Portugal de país desinteressante, atrasado e fora de moda está a dissipar-se na cabeça dos brasileiros, em particular na dos milionários, que deixam o Brasil e rumam de braços abertos para o “país irmão”. Seja para fugir da crise e da insegurança ou da Operação Lava Jato. Por cá, e com dinheiro sem limites, replicam o estilo de vida que trazem de São Paulo ou do Rio de Janeiro e contribuem para fazer disparar o preço do imobiliário e as vendas de marcas e produtos de luxo”.   
Arquivo Pessoal - City Tour Lisboa
Lisboa-Partida para City Tour
Os brasileiros de menor poder aquisitivo, mesmo ganhando menos, em Portugal vivem melhor e com uma qualidade de vida superior à que teriam aqui no Brasil. Com o salário base – mínimo – pode-se morar dignamente em casa com água, luz, aquecedor e esgoto mesmo que seja em bairros mais afastados dos grandes centros. O transporte coletivo facilita a mobilidade urbana, o ir e vir de casa ao trabalho, o sistema de saúde e de ensino público funciona satisfatoriamente. O IVA (Imposto sobre Valor Acrescentado) tem uma taxa menor para os alimentos básicos, é compatível com a rede dos trabalhos de baixos salários e consequentemente a classe operária tem melhor poder de consumo. Ouvi de alguns brasileiros de vários níveis de escolaridade que mesmo ganhando menos não pretendem voltar para o Brasil, pelo mesmo a curto prazo.  
Viver em Lisboa, no Porto ou em outras cidades em Portugal, quase não é necessário instalar nas casas cercas elétricas, câmeras de segurança, nos prédios de apartamentos não tem porteiro 24 horas ou qualquer outro sistema de segurança porque o modo de vida possibilita chegar e sair de suas moradas com tranquilidade.
 Mas, todo esse crescimento do fluxo turístico, essa abertura para os “irmãos brasileiros” que chegam para morar, investir, trabalhar, estudar ou mesmo buscar uma melhor qualidade de vida tem suas vantagens e desvantagens para os habitantes “nativos” que se sentem um pouco incomodados com tantas mudanças na vida cotidiana de sua cidade, do seu bairro e até da sua rua. Portanto, portugueses e brasileiros falam a mesma língua com sotaques diferentes, com algumas identificações nos hábitos e costumes, mas não são iguais como todo e qualquer irmão e quando não são de sangue são ainda mais diferentes.
Arquivo pessoal, Lisboa-Parq Eduardo VII
Lisboa-Parq Eduardo VII
Algumas vezes presenciei portugueses incomodados com a presença de brasileiros, mas felizmente é ainda uma minoria que tem esse tipo de atitude.  Nossa isso só pode ter sido coisa de brasileiro!!   Principalmente quando há uma situação de pequenos furtos ou roubos, coisa rara mas pode acontecer. Ou sobre o comportamento das mulheres brasileiras. Meu marido foi lá fora e ainda não voltou, espero que não tenha encontrado uma brasileira. Ouvi uma mulher comentando com outra numa dessas festas populares preocupada com a demora do marido que tinha saído do salão da festa onde tinha brasileiros e principalmente brasileiras. Acho que é uma percepção ainda com os resquícios das avalanches de jovens bonitas brasileiras levadas por quadrilhas organizadas para trabalharem em casas de prostituição ou de programas sexuais de alto nível.         
Portugal já não é mais um país só romântico, da tristeza cantada nos fados, do bacalhau, do azeite, do vinho, dos doces conventuais, das festas religiosas e profanas populares principalmente nos meses de verão. É tudo isso, mas vem passando por profundas mudanças com a sua descoberta como importante destino turístico nos últimos anos e como consequência cada vez mais se modernizando para atender a demanda de consumo dos estrangeiros que lá chegam para desfrutar de suas belezas naturais e culturais.
Lisboa é atualmente uma cidade globalizada, é cada vez mais hibrida onde convivem pessoas de diferentes nacionalidades em espaços pequenos e interagindo com o tradicional e o contemporâneo. Portugal, mesmo assim continua um pais da afetividade e da paixão pelo fado de Amália Rodrigues e pelo futebol das duas maiores torcidas Benfica e Sporting.

Faz favor e, obrigado.

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Rua das Pretas uma tertúlia luso-brasileira em Lisboa

Lisboa
Lisboa vista do Castelo São Jorge
Os brasileiros que vão a Lisboa já chegam com um roteiro clássico definido quase sempre pelas empresas de viagens que incluem, na maioria das vezes, três dias e três noites com direito a passeios para visitar os principais pontos turísticos da capital de Portugal. Conhecer, fazer fotos e selfies em grupos ou individualmente na Torre de Belém, no Mosteiro dos Jerônimos, no Castelo de São Jorge, no Terreiro do Paço, no Rossio, passando pela Rua Augusta, no Café A Brasileira, no Parque Eduardo VII, entrar na fila para comprar e degustar os famosos pastéis de Belém e, na hora do almoço um prato de bacalhau com vinho, um digestivo de bagaceira ou ginja e, para fechar o roteiro, à noite um show de fado. E, assim, vão achando que já conheceram quase tudo de Lisboa. É tudo maravilhoso, é encantador passear nas ruas, nas praças, nas travessas, nas igrejas, nos importantes monumentos históricos, ouvir o fado e comer nos restaurantes ou nas tascas de comidas tradicionais na cidade dos lisboetas, é um roteiro inesquecível e deve ser realizado sim.

Mas agora os turistas brasileiros que vão a Lisboa para o clássico passeio turístico não podem deixar de conhecer a tertúlia luso-brasileira, promovida pelo músico e produtor cultural brasileiro Pierre Aderne, no Palacete do Príncipe Real que acontece todos os sábados a partir das 20:30h. É isso mesmo, pontualmente.

Rua das Pretas
Rua das Pretas -Tertúlia 
Estou falando do projeto musical Rua das Pretas onde rola, principalmente, a boa música portuguesa e brasileira num espaço charmoso do Palacete do Príncipe Real para ouvir fados, mornas, bossa nova, samba, baião, regados ao bom vinho com queijos, pães e outras iguarias da culinária local. É assim o espetáculo regido por Pierre e os seus convidados brasileiros, portugueses, cabo-verdianos, americanos, espanhóis, franceses e de tantas outras nacionalidades. Na Rua das Pretas se canta e fala diferentes línguas e todos se entendem até por que a música aproxima as pessoas, independente de suas nacionalidades. Ali você não é um espectador do show, é parte dele não há uma distância separando o palco do auditório estão todos juntos, misturados cantores, músicos, poetas e nós admiradores da boa música tradicional e contemporânea luso-brasileira. 

Rua das Pretas
Rua das Pretas - Na Adega
Recentemente, no dia 27 de julho, estivemos lá participando da tertúlia Rua das Pretas para comemorar o aniversário do nosso filho Osvaldinho. Fomos recebidos pelo Pierre e pela Dani, além de uma competente equipe da produção e ali vivemos uma noite espetacular com músicas, vinhos e a oportunidade de conhecer pessoas interessantes de diferentes lugares. A tertúlia é dividida em duas partes e no intervalo entre uma taça e outra de vinho estamos conversando e trocando opiniões sobre os movimentos culturais nos países lusófonos e de tantas outras partes do mundo. Rua das Pretas é um acontecimento e quem participa, mesmo que seja uma única vez, já deixa um pé enfincado, deixa alguma coisa enraizada e fica fácil querer voltar, até porque são entrelaçados novos campos de experiências socioculturais. Na Rua das Pretas conheci portugueses, brasileiros, italianos e franceses que fizeram uma palhinha num ambiente descontraído, cantaram e tocaram para toda gente.

Portanto, quando for fechar o seu pacote turístico para visitar Lisboa solicite ao seu agente de viagem uma reserva para a tertúlia Rua das Pretas no Palacete do Príncipe Real, para não confundir com a tradicional travessa Rua das Pretas bem próximo da Avenida da Liberdade, onde tudo teve início em 2011 e você terá uma boa oportunidade de no mesmo lugar ouvir boas músicas portuguesas e brasileiras na noite de Lisboa. Aí sim, você pode dizer que conheceu em Lisboa um movimento cultural luso-brasileiro, mas de portas abertas para várias partes do mundo e em pouco tempo, aliás, como quase sempre são programados os roteiros turísticos pelas empresas de viagens.

Reserve, daqui mesmo do Brasil, o seu lugar porque é limitada a quantidade de pessoas por noite: booking@ruadaspretas.com, telefone: +351 913 383 306.
Faz favor e obrigado.









segunda-feira, 22 de julho de 2019

A Festa de Nossa Senhora da Ortiga

Nª Sª da Ortiga
Em Portugal a Virgem Maria não apareceu apenas aos três pastorinhos na Cova da Iria, onde fica um dos maiores Santuários da devoção Mariana e um importante destino do turismo religioso do mundo. No Brasil pouco se sabe, mas Nossa Senhora também apareceu a uma pastorinha na localidade rural da Ortiga, onde atualmente se encontra o Santuário de Nossa Senhora da Ortiga, que pertence à freguesia de Fátima e está localizado no Concelho de Ourém, próximo da Vila Medieval do Castelo, a cerca de seis quilômetros do Santuário de Fátima, na região Central de Portugal. Segundo a lenda, narrativa oral tradicional, tudo aconteceu: 
Por volta de 1758 - no lugar onde está erguido o Santuário de Nossa Senhora da Ortiga - a Virgem Maria apareceu a uma pastorinha que tomava conta das ovelhas da família, que pastavam naquela localidade. A menina era muda de nascença e quando aquela Mulher lhe pedira uma ovelha de repente sentiu a língua solta e respondeu que não poderia Lhe dar uma ovelha sem a permissão do seu pai, que morava ali próximo no lugar denominado de Casal de Santa Maria.
Santuário Nª Sª da Ortiga
Santuário da Ortiga
A menina foi correndo para contar ao pai o pedido da Senhora, e ele logo ficou espantado e ao mesmo tempo muito alegre por ver a filha falando. De imediato ordenou que a menina voltasse e atendesse tudo que a Senhora pedisse. A pastorinha, já curada, retornou ao local da aparição para falar com a Virgem Maria que, em resposta, lhe pediu que fosse construída uma capelinha naquele lugar e onde prometeu que aconteceriam muitas graças. O pai da pastorinha foi até o local indicado e lá chegando encontrou uma imagem da Virgem Maria sobre uma pedra e no meio de urtigas (ou Ortigas). Então, ele levou a imagem para o Casal de Santa Maria, mas em pouco tempo desapareceu e foi encontrada no mesmo local onde a Senhora tinha aparecido à pastorinha. 
No ano de 1801 o Papa Pio VII concedeu uma indulgência plenária a todos os peregrinos que participassem das celebrações religiosas do primeiro domingo de julho até a terça-feira seguinte quando encerram as comemorações. Mas, para obter a indulgência o devoto deve se confessar, comungar e rezar pelo Sumo Pontífice. 
A lenda no portal da igreja
Portanto, nesse local foi construída uma capela onde atualmente é o Santuário de Nossa Senhora da Ortiga. Desde então acontece a festa em celebração à Nossa Senhora da Ortiga, que tem seu início no primeiro domingo de julho e vai até a terceira-feira. São três dias de festa religiosa com celebrações de missa, procissão, além de músicas, comidas e bebidas típicas (agora em 2019 o período da festa foi de 7 a 9 de julho). 
Ex-votos na Nª Sª da Ortiga
É verão, período de férias aqui em Portugal, época em que se realizam festas em diferentes lugares e os portugueses aproveitam a estação de sol para demonstrar a sua fé aos santos e santas de suas devoções. É nessas festas que as comunidades tradicionalmente tecem as suas relações de confraternização, de convivência e juntam-se aos demais familiares e amigos para celebrarem os seus padroeiros e padroeiras. 
Ex-votos - Ortiga
Agora, em 2019, estive em diferentes festas religiosas populares aqui em Portugal e presenciei essas demonstrações de fé dos portugueses nas missas solenes, nas procissões e nos pagamentos de promessas simbolicamente representadas nos ex-votos deixados nos santuários, nas igrejas e capelinhas espalhadas por diferentes regiões do país. 
 Assim foi no dia 24 de junho na festa de São João ou festa da Bugiada e Mouriscada em Valongo/Sobrado, na região do Porto, no Norte, na festa dos Tabuleiros na cidade de Tomar, na região Central, onde aconteceu em julho uma das maiores festas em devoção ao Divino Espírito Santo, que teve o seu ponto alto nos dias 7 com o cortejo dos Tabuleiros e no dia 8 com o cortejo do Bodo que partilha o pão, a carne e o vinho com a população mais carente, e, também no Santuário de Fátima nos dias 12 e 13 de julho datas que celebram uma das aparições de Nossa Senhora aos Pastorinhos.
Cortejo dos Tabuleiros -Tomar
Em todos esses lugares estão depositados os ex-votos que narram as graças alcançadas e na festa da Ortiga não foi diferente, aos pés da santa foram deixados ex-votos que representam curas de doenças, objetivos quase impossíveis de serem realizados e como o Santuário de Nossa Senhora da Ortiga fica na zona rural os devotos também deixaram grãos, azeites e vinhos como forma de agradecimento.  Mais uma vez estive com familiares na festa da Ortiga que reúne os devotos da paróquia, inclusive os imigrantes que se juntam aos familiares e amigos para comemorar no primeiro domingo de julho o dia de Nossa Senhora da Ortiga. É uma festa pequena de sentido local, mas de importante significado de fé para quase toda a gente da região. Tem muita fartura com o tradicional cardápio de frango assado, borrego, pão, vinho e queijo no almoço e no jantar. Mas, não fica por aí, ainda tem as famosas filhoses com café e uma boa aguardente para encerrar o banquete. 


Nª Sª da Ortiga

   Viva Nossa Senhora da Ortiga!

Bodo - distribui a carne - Tomar

Bodo - distribui o vinho - Tomar

Bodo - distribui o pão - Tomar

São João - Sobrado/Valongo

Sobrado/Valongo - ex-votos  


Procissão das Velas - Fátima
Ex-votos - Fátima


Ex-votos - Fátima

Ex-votos - Fátima