No dia 11 de novembro Portugal comemora o dia de São Martinho, é mais uma festa do calendário do catolicismo popular que tem como tradição reunir familiares e amigos para a prova do vinho novo das uvas colhidas no corrente ano. É o dia que se bebe aguapé, um vinho clarinho de baixo teor alcoólico, que sinaliza como vai ser o vinho propriamente dito e, para degustar a aguapé nada melhor que as castanhas portuguesas novas assadas na brasa.
O dia São Marinho é mais uma das traições festivas do antigo calendário de transição das estações (outono para o inverno), quando já finalizaram as grandes colheitas das uvas, das castanhas e das azeitonas em quase todo território lusitano.
É a festa preparatória para a chegada do inverno e da grande expectativa para avaliação do vinho novo.
Em 2014 vivi mais uma dessas experiências com familiares e amigos em Portugal, tomei aguapé e provei o vinho novo no dia de São Martinho, produzidos por familiares e também participei da colheita da castanha.
O vinho novo com castanhas assadas é uma boa combinação que bebendo e comendo moderadamente faz bem ao corpo e à alma.
No dia de São Martinho bebe-se vinho, come-se castanhas, até porque assim como o pão, o azeite, a sardinha e o bacalhau, não são apenas alimentos, mas bens culturais imateriais centenários da cultura portuguesa.
“Num dia frio e chuvoso de inverno, Martinho seguia montado a cavalo quando encontrou um mendigo. Vendo o pedinte a tremer de frio e sem nada que lhe pudesse dar, pegou na espada e cortou o manto ao meio, cobrindo-o com uma das partes. Mais à frente, voltou a encontrar outro mendigo, com quem partilhou a outra metade da capa. Sem nada que o protegesse do frio, Martinho continuou viagem. Diz a lenda que, nesse momento, as nuvens negras desapareceram e o sol surgiu. O bom tempo prolongou-se por três dias”. (Fonte: http://observador.pt/2014/11/11/historia-sao-martinho/)
O verão de São Martinho é um pequeno período de calor em pleno outono, ou seja, as nuvens negras desaparecem e o sol chega com toda força apresentando mais alguns dias de verão no mês de novembro.
As roupas de frio são guardadas por pouco tempo, saímos às ruas de casa em casa visitando famílias e amigos para provar do vinho e festejar assim o São Martinho.
Para o verão de São Martinho existem diferentes explicações meteorológicas que justificam o fenômeno da natureza que todos os anos provoca poucos dias de calor no meio da estação do outono mas, fiquemos por aqui com a lenda de São Martinho, o que desejo mostrar é a minha experiência vivida na colheita das castanhas e na prova do vinho no dia do santo mártir da igreja católica, cujos feitos são celebrados com grandes festas, assim como a Festa de São Martinho da Golegã (para conhecer melhor a festa da Golegã acesse: http://feiradagolega.com/).
No dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho
No dia de São Martinho, castanha, pão e vinho
No dia de São Martinho aguapé e o bom vinho.
Fotos: Osvaldo Meira Trigueiro e Rosa F. Neves Trigueiro
Experiências folkcomunicacionais que merecem ser compartilhadas. Parabéns prof. Trigueiro por relatar e socializar sua viagem folkcomunicacional. Vou repassar aos meus alunos. Um forte abraço.
ResponderExcluirQue relato!!! Quem ainda não viveu um dia de São. Martinho à "maneira" tradicional Portuguesa, após ler este autentico documentário, deverá certamente estar ansioso de o viver, é que este S. Martinho não é virtual é mesmo real!
ResponderExcluirBeleza ! 👏👏👏
ResponderExcluirBeleza ! 👏👏👏
ResponderExcluirObrigado pelo resgate cultural ! Só com textos como este conseguiremos repassar os saberes a nova geração
ResponderExcluirPortugal nos oferece eventos maravilhosos, anualmente antes da pandemia viajava à Europa mas tinha que na volta ficar em Portugal. . Tive a oportunidade de estar em novembro de 2017. Vou sempre a Obdos final de tarde ver o por de sol da muralha. Bela reportagem.
ResponderExcluirTrigueiro . Primeiro FELIZ TUDO no seu niver. Meu avô veio pequeno da Itália, Modena,de um lugar bem rural, até hj, chamado São Martinho. Há alguns anos atrás consegui ficar 24 h neste local. Fiquei pura emoção, pois o aroma q mais amo estava lá, terra de grama molhada, cheiro de verde. E agora sua comunicação me levou pra lá de novo, porque estranhamente todo dia 11 de novembro me chamou atenção , no coração. Chamamento ancestral. Lá tem uma linda capelinha para o Santo e pouca coisa mais. Obrigada amigo por me sensibilizar. Abraço com lágrimas...Lola UFRJ
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