segunda-feira, 16 de abril de 2012

Pensar a cidade e suas complexidades

A pauta de discurso da atualidade sobre o rumo das cidades para os próximos anos passa obrigatoriamente pelas questões da diversidade cultural, do desenvolvimento sustentável e consequentemente da qualidade da produção do conhecimento e dos negócios. Várias cidades estão realizando simpósios, palestras seminários sobre as mais diferentes reflexões, sobre suas complexidades e a vida cotidianas dos seus moradores. Essa é uma agenda obrigatória que se aproxima com as novas eleições para prefeito nos mais de cinco mil municípios brasileiros. Não é um debate exclusivo dos grandes centros urbanos até porque as médias e pequenas cidades, mesmo aquelas nos mais longínquos lugares do nosso território, estão cada vez mais inseridas no contexto do mundo globalizado. Essa é a hora para se pensar a cidade e suas relações com as diferentes redes sociais que ocupam os espaços urbanos e a convivência com a natureza.


O Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea – ECCO/UFMT realizou no dia 12 de abril um colóquio para discutir os diferentes aspectos da cidade de Cuiabá/MT e mais especificamente o Rio Cuiabá.  Foram debatidos temas como o mito e pensamento científico do Rio Cuiabá, uma análise sobre os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá, as tradições culturais das festas religiosas e profanas com a festa de São Benedito e os festivais do Cururu e Siriri e tantos outros temas de interesse da cidade.


Pensar a cidade, o seu planejamento sustentável que respeite os diferentes territórios originais, tradicionais e modernos, que levem em consideração as culturas endógenas, os imaginários e os desejos dos seus habitantes. Os espaços da cidade e os espaços do campo, entre o rural e urbano já não podem ser pensados separadamente. Melhor dizendo o mundo rural se aproxima da cidade e a cidade do mundo rural. Não bastam apenas as construções físicas, ruas, casas e prédios, para resolver possíveis problemas temporários ou permanentes, por que na cidade sustentável, cada localidade, cada lugar tem algo mais a ser inserido no contexto atual do mundo globalizado, mas sempre pensando no bem estar dos que nela vivem, pensando no contexto local. 

João Pessoa, por sua posição geográfica, pelas belezas naturais e pela sua arquitetura, tem vocação para ser uma cidade criativa, ser protagonista de acontecimentos midiáticos, turísticos, culturais, esportivos e de negócios.  Na era da sociedade midiatizada e da globalização a cidade tem que ser a dos negócios, da cultura e da educação, tem que ser a cidade dos espetáculos, da convivência entre a arquitetura patrimonial e a arquitetura moderna, uma convivendo com a outra, cada qual nos seus tempo e espaço. Na cidade criativa as políticas econômicas estão imbricadas nas políticas culturais, nas políticas educacionais, nas políticas de saúde e nas políticas de segurança. É um grave erro continuar planejando separadamente essas ações estratégias para uma cidade. Não se pode pensar em construir uma cidade moderna, uma cidade criativa sem priorizar essas políticas. Esse é o caminho para que a capital paraibana seja inserida no contexto das cidades criativas brasileiras e do desenvolvimento sustentável.

2 comentários:

  1. Ótima chamada para uma reflexão. abçs.
    Itamar Nobre

    ResponderExcluir
  2. Este é um tema super importante, como dica de aprofundamento nestes conceitos - cultura, sustentabilidade, cidades, lembro o livro Contra - usos da Cidade, de Rogério proença Leite.
    macao goes

    ResponderExcluir