(História pra contar)
"As águas vão
Rolar
Garrafa cheia eu
não quero ver
sobrar
Eu passo mão na
saca, saca, saca
rolha
E bebo até me
afogar
Deixa as águas
rolar"
Nessa minha viagem de três noites e três dias, para encontrar o imaginário e maravilhoso “País de São Saruê”, quando parei para dormir na terceira e última noite sonhei com o tradicional bloco do carnaval “Saca Rolha” fundado pelo meu pai, Seu Trigueiro, com um grupo de amigos e animado pela Orquestra do maestro Hermes Brandão, que animou por muitos anos o carnaval de Patos das Espinharas na Paraíba.
Meu pai foi um grande folião, brincava os três dias de carnaval de rua, nos clubes sociais, era incrível, não parava, e no meu sonho ele estava inconformado, mas compreendia a atual situação que todos nós estamos vivendo, com a proibição do carnaval agora em 2021.
Durante três noites e três dias, Seu Trigueiro, tentava com os santos a liberação da saída do seu bloco “Saca Rolha” lá no céu em caráter especial para esse domingo de carnaval já que aqui não podemos celebrar as festas momescas.
A cidade de Patos ficava na expectativa para ver o bloco “Saca Rolha’ desfilar pelas ruas, as visitas nas residências dos foliões que convidavam, agendando o dia o horário, para receber o bloco com uma recepção festiva no interior das casas com muitas bebidas e comidas. O “Saca Rolha” por algumas horas fazia uma grande festa para os familiares e os convidados ao som de muito frevos e a tradicional marchinha de carnaval Saca Rolha que era o tema da origem do bloco de Seu Trigueiro.
Sonhei na terceira noite dessa viagem encantada que o “Saca Rolha” foi liberado para sair no domingo de carnaval e que iria animar a festa no céu, com a licença dos santos festeiros do nosso catolicismo popular, porque por lá não tem peste, não tem Covid-19, não tem tristeza, não tem doenças e muito menos mortes.
Portanto, especialmente neste domingo de carnaval, com toda certeza, o bloco “Saca Rolha” vai sair pelas ruas do céu com muito mais animação, com mais alegria pois estão com Seu Trigueiro os filhos Alberto e Mário Trigueiro, os genros Roldão Caroca, Petrônio Lucena e Beca Palmeira que, como ele, foram grandes foliões.
E assim continua a história da minha vigem em busca do “País de São Saruê”, essa viagem encantada e maravilhosa para um lugar quase igual ao céu que não tem peste, não tem Covid-19, não tem doença e muito menos mortes.
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OBS: Foto - Bloco Saca Rolha (ao centro Seu Trigueiro), Arquivo de família
Deixe as águas rolar... Mas, o problema não foi às águas que rolaram, foi o tempo. Como seria, se pudéssemos voltar no tempo... É melhor parar por aqui, é carnaval, vamos sorrir.
ResponderExcluirEita Saudade boa Tio Osvaldo.Estou em Tamandaré e lembro que o saca rolha saiu aqui uma vez.inesquecível.
ResponderExcluirBeijo grande.
Eita Saudade boa Tio Osvaldo.Estou em Tamandaré e lembro que o saca rolha saiu aqui uma vez.inesquecível.
ResponderExcluirBeijo grande.
Alberto Trigueiro Filho
Betuca
Estou imaginando São Pedro caindo no frevo, Jesus dançando maracatu, Nossa Senhora pulando no salão do céu ao som de Vassourinhas...!
ResponderExcluirMuito bom, Osvaldo! Parabens!
Palavras saudosas de um afeto de filho, de gosto nas memórias, de um desejo de alegria e paz... Muito bem amigo Trigueiro, gostei.
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