quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Festival Sul-Americano de Folclore em Campo Grande

O dia 22 de agosto é internacionalmente o dia do folclore e como não poderia deixar de ser há festividades em todo o território brasileiro para marcar esta importante data, com muitas manifestações das nossas culturas populares que se espalham por todas as regiões do país com as suas diversidades simbólicas religiosas e profanas.

No dia 22 de agosto de 1846 o arqueólogo inglês William John Thomas emprega pela primeira vez a palavra folk-lore num artigo publicado no jornal Ateneu de Londres com o objetivo de designar coisas antigas das manifestações culturais populares. Ou seja: as antiquitates vulgares, portando esse é o grande motivo que determinou agosto como o mês do folclore e que há muito tempo está incorporado ao nosso calendário cultural. Mas na atualidade o folclore é um campo muito mais amplo de manifestações culturais e que se atualizam nos diferentes espaços e tempos da história da sociedade humana. 

Neste dia há uma correria de professores e estudantes às bibliotecas, aos museus, para entrevistar folcloristas, os mestres dos saberes populares e nos últimos anos nas redes sociais em busca de informações para suas tarefas escolares. Tudo isso é muito importante, até mesmo porque o interesse pelo folclore e pela cultura popular vem aumentado nos diferentes níveis escolares, mas quase sempre são apenas intensificados no mês de agosto e mais especificamente no dia 22 em que se celebra o dia do folclore. 

Portanto, não poderia deixar passar em branco esta data sem prestar as minhas homenagens à Marlei Sigrist uma guerreira folclorista brasileira que durante décadas dedica a sua vida na divulgação do folclore brasileiro e especialmente sul-mato-grossense nas escolas de ensino fundamental, nas universidades em Campo Grande e em tantas outras localidades do seu Estado. Estou falando de uma paulista que há muitos anos migrou do interior de São Paulo com mala e cuia para enfincar os pés nas terras da cidade “Morena”. 
Foi um grande prazer participar do 2º Festival Sul-Americano de Folclore promovido pela Comissão Sul mato-grossense de Folclore – CSMFL, com o apoio da Comissão Nacional de Folclore – CNF e de outras instituições locais, realizado na cidade de Campo Grande no período de 3 a 6 de agosto de 2018. O festival já na sua segunda edição entra no calendário das Comissões Estaduais e da Comissão Nacional de Folclore como um dos mais importantes eventos culturais do Brasil. 

A continuidade do Festival Sul-Americano de Folclore justifica-se pela importância como uma ação contemporânea em que os grupos artísticos locais, regionais, nacionais e internacionais demonstram suas especificidades culturais contribuindo para a memória social e para a construção da cultura sul-mato-grossense. O festival proporciona observações de estudiosos e pesquisadores das manifestações tradicionais não só do seu povo como também das diferentes regiões do Brasil e de países sul-americanos que com suas experiências contribuem para o desenvolvimento de um estado de culturas hibridas. 
Mato Grosso do Sul é privilegiado geograficamente e socioculturalmente por ser uma das mais novas unidades federativas do país, a sua composição étnica é constituída de um intenso processo migratório de povos de outros estados, principalmente nos anos de 1990, que lá chegando encontraram os mato-grossenses e os ameríndios. Está localizado na Região Centro Oeste fazendo limites com os estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Paraná, São Paulo e fronteira com o Paraguai e a Bolívia. Não podemos esquecer a forte influência portuguesa, espanhola, libanesa, síria e japonesa na cultura dessa gente. 

O Estado do Mato Grosso do Sul é uma representação simbólica de uma importante amostra cultural do Brasil e que merece ser melhor conhecido por nós brasileiros e o Festival Sul-Americano de Folclore é uma importante ocasião para conhecer grande parte dessas manifestações culturais do centro-oeste brasileiro e de outros países sul-americanos.

O Festival Sul-Americano de Folclore 2018 foi realizado em três partes interligadas. A primeira as apresentações dos grupos folclóricos do Brasil, Paraguai e Bolívia em diversas localidades de Campo Grande com destaque para as apresentações no palco da Praça do Rádio, um lugar de grandes acontecimentos culturais na cidade. A segunda parte foi destinada aos cursos para professores do ensino fundamental sobre o folclore na educação, exposições, oficinas e um café social de integração dos grupos participantes do evento.
foto da coordenação do encontroA terceira e última parte foi a realização de um seminário de estudos do folclore na educação patrimonial com a participação de importantes estudiosos, pesquisadores e representantes de diversas comissões estaduais e da Comissão Nacional de Folclore.
Os meus comprimentos a Marlei Sigrist, presidente da Comissão Sul-mato-grossense de Folclore, a todos os demais membros da coordenação do festival e ao Grupo Camalote de Danças Folclóricas pela realização do importante evento cultural. 


Até o próximo festival.