O
homem ao longo de sua história sempre foi fascinado pelos objetos que frequentemente
fizeram e continuam fazendo parte da vida cotidiana. A sociedade humana quanto
mais organizada maior é a sua dependência em quantidade e qualidade na produção
e consumo dos objetos. Uma pedra que está no fundo do rio é sempre mais uma
pedra como parte da composição da natureza, mas quando o homem descobriu que
poderia servir como instrumento para macerar folhas e frutas a pedra passou a
ser um objeto de trituração, assim como um objeto de trabalho quando o galho de
uma árvore com ponta afiada se transforma em um objeto de caça ou em cabo do
machado.
Cada
objeto tem sua funcionalidade e significado de uso e consumo no mundo da
experiência humana e no mundo globalizado são cada vez mais importantes as suas
funções e sua socialidade no cotidiano de trabalho, de entretenimento e lazer. É
quase impossível vivermos hoje sem automóvel, geladeira, elevador, computador e
uma infinidade de outros objetos, mas imaginem sem celular, só um ou outro é que
ainda se recusa usar esse aparelhinho.
Na
atualidade vivemos a cultura dos objetos e quanto maior for a sua capacidade
portadora de alternativas tecnológicas, maior é o nosso desejo de uso e de
consumo desses objetos. Estamos grudados ao celular pelo nosso próprio desejo,
pelo nosso próprio prazer e pela nossa necessidade de comunicação com o outro.
O
celular é um objeto de comunicação de massa que grudamos no nosso corpo e na
nossa alma porque é de fácil locomoção, que levamos no bolso, preso na cintura
ou em qualquer outro lugar. O celular torna-se obsoleto em pouco tempo e por
isso temos que comprar o mais rápido possível o novo modelo, mas sempre grudado
no nosso corpo e nossa alma. No corpo como objeto material de uso, portador de
mensagem estética e na alma como objeto imaterial de significação de uso,
portador de mensagem conotativa. Cada um
de nós possui um ou dois celulares e é quase impossível sair de casa sem ele.
Para
onde vamos o celular vai junto, estamos com ele em quase todos os lugares, no
escritório como objeto de trabalho, jogando como objeto de lazer, dirigindo
como objeto infrator, na igreja quase como um objeto “sagrado”, que toca na
hora da missa, na hora do casamento, na hora do culto, na hora do batizado e
assim o celular grudado no nosso corpo e na nossa alma vai causando maior
dependência a todos nós. Quando esquecemos o celular em algum lugar ou falta
sinal de comunicação ficamos desorientados, desesperados, sem saber o que fazer
e quando o sistema entra em pane nós entramos em pânico também, e foi isso que
aconteceu com uma das operadoras de telefonia celular aqui no Estado da Paraíba,
depois de uma grande promoção para nova prestação de serviço “ilimitado”
acessível aos usuários, principalmente os de baixa renda. A “grita” foi geral e
rapidamente as autoridades se mobilizaram para tentar resolver o problema com a
operadora prestadora/prometedora do serviço. O celular é, na realidade, mais
uma extensão do nosso corpo e sem ele nos sentimos um pouco mutilados e de alma
entristecida.