quinta-feira, 5 de abril de 2012

Visita ao Instituto Câmara Cascudo


Ir à cidade de Natal e não visitar o LUDOVICUS – Instituto Câmara Cascudo é algo do tipo “ir a Roma e não ver o Papa”. Professor e folclorista potiguar Câmara Cascudo, falecido em 1986, tem como uma de suas obras mais conhecidas o Dicionário do Folclore Brasileiro, de grande referência no estudo da cultura popular, hoje já em sua 12ª edição.

Visitar o instituto instalado na casa onde morou o seu patrono, na av. Câmara Cascudo, 377 – Cidade Alta – Natal/RN, é sentir bem de perto a sabedoria, a riqueza cultural e científica que marcaram a vida e obra desse notável mestre. Além disso ainda a satisfação de por lá encontrar a filha, Anna Maria Cascudo Barreto (presidente) e a neta Daliana Cascudo Roberti Leite (Diretora Administrativo-Financeira).

Pelo mobiliário exposto se pode imaginar a presença de outros notáveis que por ali passaram e que com certeza desfrutaram da sabedoria do professor Câmara Cascudo. Ali se pode vivenciar, no imaginário, o mundo que Cascudo viveu ao qual se adiantou algumas décadas da sua época. E nas paredes da sala da biblioteca onde Cascudo passava grande parte de seu tempo estão inúmeras assinaturas de personalidades que o visitaram, entre elas Mário de Andrade, Gilberto Freyre, Carlos Drummond de Andrade, Juscelino Kubitchek, Ari Barroso, Villa Lobos, Assis Chateaubriand, Luiz Gonzaga, Jorge Amado e tantos outros nomes que aqui tomariam páginas.

Enfim, visitar o instituto é viajar no tempo, beber, comer e respirar da sabedoria que emana da grandiosa obra e do mundo que cercou o notável brasileiro que, entre outras áreas, muito contribuiu para a valorização da cultura popular brasileira.


Veja detalhes em http://www.cascudo.org.br 


Fazenda/Engenho Bom Jardim



Trata-se de uma propriedade localizada no município de Goianinha, Rio Grande do Norte, integrante do roteiro de turismo rural e gastronômico potiguar. Ali se encontra em excelente estado de conservação a casa sede construída por volta de 1850, pelo coronel Bento de Araújo Lima e hoje sob os cuidados dos herdeiros.


A casa é habitada e gerida por Dona Helena, 91 anos, que conserva o mobiliário em sua maioria original da época. Uma das peças mais acarinhadas é a escrivaninha também utilizada pelo escritor Mário de Andrade, quando ali ficou hospedado em 1928, acompanhado de Câmara Cascudo, época em que fazia uma pesquisa musical e etnográfica pelo Nordeste.

Os visitantes são recebidos por dona Helena, figura ágil, simpática, falante e que gosta de relembrar gloriosos momentos daquele lugar. A visita é programada e pode se fazer passeio a cavalo, caminhada na trilha da mata nativa e passeio até ao engenho Mucambo onde são produzidas artesanalmente as cachaças Maria Boa e Mucambo. 

Grande diversidade de plantas e flores típicas da região decoram o ambiente do galpão transformado em restaurante, onde é servido um cardápio com diversos pratos regionais entre eles a tradicional galinha caipira, purê de macaxeira, arroz de leite e feijão verde, sem esquecer a tradicional paçoca.



Atualmente a sede da fazenda Bom Jardim é tombada pelo Patrimônio Histórico do Rio Grande do Norte.







7 comentários:

  1. Excelente matéria Trigueiro.
    Adorei.
    abs
    Érica

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  2. Oi, Osvaldo
    Foi muito prazeiroso para mim, rever na imagem, o cantinho onde viveu Câmara Cascudo, hoje Instituto Câmara Cascudo e que, um dia, ali estive a visitá-lo. Foi por ocasião em que fazíamos, juntos, um trabalho de tradução e comentários sobre mitos amazônicos de Herbert Smith e que, embora tivéssemos terminado nossas tarefas, não saiu a lume, visto a morte o ter levado. Discutíamos nosso trabalho por meio das cartas que trocávamos, as quais vão reproduzidas em meu livro Pajelança a dois. Estudo comparativo entre Meleagro de Cascudo e Namoros com a medicina de Mário de Andrade. Meus cumprimentos à filha e neta do grande mestre, por preservar aquele cantinho, esperando que um dia, eu possa revê-lo.
    Beijão a você e Rosinha.
    Maria Thereza Camargo

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  3. Itamar Nobre06/04/2012, 16:33

    Caro Osvaldo é um prazer vê seu blog divulgando as heranças culturais do nosso estado. Gde abç. Itamar Nobre

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  4. Caro Osvaldo,
    A sua visita ao Rio Grande do Norte foi realmente muito produtiva. Além da pertinente e deliciosa palestra e da criteriosa participação na banca de dissertação do Programa de Pós-graduação em Estudos da Mídia da UFRN, você fez grandes passeios.
    Abraços e até breve

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  5. amigo querido bela matéria e para mim novidade, pois não conhecia o Institudo do mestre Cascudo. Parabéns mesmo pelo blog. Grande abraço
    macao goes

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  6. Prezado Osvaldo: Agradeço, emocionada, o registro de sua visita ao "nosso" Instituto. Para nós foi uma honra e uma alegria imensa recebê-lo na casa do meu avô. Volte sempre.
    Um grande abraço
    Daliana Cascudo

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  7. Valeu, caro amigo.
    É sempre bom relembrar, em um País tão sem memória, fatos, eventos e personagens como o Prof. Cascudo. Pena que - pelo menos ao que eu saiba, não tenha aparecido ainda alguém pra fazer um registro biográfico que mostre a personalidade extrovertida desse "velho" mestre, que também prezava boemia e bom humor, como a história que o ouvi contar (já faz bastante tempo - presentes alguns integrantes do primeiro Conselho Estadual de Cultura, que integrei, como Virginius, Wills, José Medeiros, Oscar de Castro, Luzia Simões) que foi:
    um dia, ao chegar à Faculdade de Direito - onde lecionava, encontrou a primeira fileira de carteiras tomada por jovens alunas a exibir belas pernas, como consequência do uso da mini saia, que então se espraiava pelo mundo e reagiu dizendo "essas jovens, em trajes de´piquenique, por favor passem para o fundo da sala, se não estarei impedido de dar aula, vendo o que estou vendo".
    Faz tempo que não vou por lá,tentarei... Um abraço, Arael

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